domingo, 6 de outubro de 2013

Cap 2. Nas entrelinhas do caos

Olá galera, hoje trago mais um capítulo do livro! Mas antes uma informação importante: Logo mais terá uma imagem feita por uma profissional para ser a capa do livro! Legal né! :3

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Capítulo 2
Nas entrelinhas do caos

Bairro de Orior, leste de StormCity, 20/02/1020 23:23 da noite. Varias horas antes do incidente em Servilha.
 Era um grande dia para Edgar, líder da recém fundada facção conhecida como Dragnov, que recebia em sua cede a visita de um Quezzer de alto ranque. Entre as paredes negras do escritório, sentado na ponta de uma imensa mesa de madeira com vários detalhes em alto relevo em uma confortável poltrona vermelha Edgar fumava seu charuto espalhando por toda a sala um cheiro forte em quanto com um sorriso nos lábios encarava seu visitante que acabava de entrar sendo escoltado por dois de seus homens, que em seguida seguiam e ficavam na lateral do cômodo perto das paredes como estatuas. Além dos dois guardas costas sentado ao lado de Edgar estava seu filho, Oscar.
- Quem diria... Eu pensei que iria demorar ainda mais alguns meses para nos da Dragnov recebermos a atenção de alguém de seu nível... Myamoto - A voz de Edgar sai rouca por entre seus dentes amarelados. Gordo quase mórbido trajava sempre roupas de marca feitas sobre medida para seu grande corpo, geralmente de cores marrons ou outros tons neutros. Sua cabeça redonda e gorda lhe dava sempre um ar de seriedade, apesar do fato de pentear seu pouco cabelo para o lado na falha tentativa de esconder a calvície ser um tanto que hilária.

 Myamoto era musculoso, de aparência viril e intimidadora. Seus olhos amendoados contrastavam com sua longos cabelos negros que desciam em reta absoluta até perto da cintura. Sua roupa extravagante era sem duvida outra amostra de seu poder e influencia: Um terno branco alinhado e sem costura, cheio de detalhes em verde principalmente perto das extremidades, além de uma calça cinza feita de algodão que porém se tornava gradativamente escura conforme se aproximava dos pés, sendo totalmente negra ao final.

 - Uma bela mansão que você conseguiu nesses últimos cinco messes. Sem duvida, trafico de armas e de droga é uma maneira extremamente rápida e prática de se enriquecer. - Respondia com um certo ar de repudio, sentando-se na ponta oposta da mesa.

 Myamoto ou espadachim da lua sangrenta, como também era chamado, tinha sempre um semblante serio e carrancudo raramente expressando emoções. Conhecido por ser o general de uma das famílias nobres, título dado somente ao mais hábil guerreiro de uma casta, cairá em desgraça quando fora derrotado por um espadachim conhecido como Raikkos, o filho das trevas. Após tal fato, que culminou no assassinato de um dos nobres que jurou defender caio na insanidade e depressão, tendo como meta de vida vingar-se de seu algoz que para sua infelicidade tivera encontrado seu fim pela mão de outra pessoa. Sem contatos e maculado entre os nobres, o espadachim da lua sangrenta se via obrigado a usar os serviços de um das facções que tanto desprezara.
 - Sem duvida! - Sorria Edgar, então mudando seu semblante para algo mais serio - Mas me responda, por que exatamente veio aqui. Tinha me falado por telefone sobre uma... Proposta? - Indagava deixando a palavra soar ao vento, mostrando muito interesse.
 - Sua facção, a dragnov, é nova e você ambicioso, não irá tardar para que outras facções maiores comecem a se sentir incomodadas com vocês. - Fazia então uma breve pausa dando uma ênfase especial no resto da frase - E ter alguém como eu sendo seu aliado pode evitar muitos problemas.
 - E penso que não irá se unir a mim de graça, não é?- Ponderou sabiamente se reencostando na poltrona, tateando os detalhes cravados na madeira da mesa afim de aliviar sua tensão, tentando não transparecê-la.
- Sem duvida. Tenho assuntos a terminar com certa pessoa... - Myamoto coloca lentamente sua mão dentro do terno, fazendo os dois guarda-costas de Edgar sacarem suas arma e apontarem para ele, porém o mesmo retira igualmente de vagar uma foto e a joga sobre a mesa - Como dizia, quero esta pessoa morta.
Com seu dedo indicador, que era adornado com um grande anel prateado, ele aponta para a foto. Nela um homem de cabelos brancos e olhos vermelhos, vestido de frentista estava sentado em um banco. Edgar sorria, achando a tarefa insignificante.

- Oscar meu filho, reúna os motoqueiros e pegue o armamento pesado. Descubra onde é o posto que ele trabalha e ateie fogo.
- Sim papai, será um grande prazer! - Respondia pela primeira vez o filho do líder da Dragnov, um jovem de aparência gótica, cabelos escuros longos e voz engasgada devido aos piercings na língua e boca.
 Neste meio tempo Osca muniu vários de seus homens com rápidas motos e potentes armas, já se deleitando com o banho de sangue que viria.

 Também, para evitar que aquele homem de cabelo branco entrasse em possível contato com algum comparsa mandou destruir a torre de telefonia perto da região, o que cortaria o sinal de celular até ser concertada.

 Em StomrCity ou em qualquer outra cidade do globo, as ruas são preenchidas de violência e caos desde eras remotas. Conta a lenda que houve um tempo em que a humanidade gozava de paz, amor e calma. Eram tempos dourados que guiados pelo espírito ancestral da Manafluid, algumas vezes chamado de O Deus, os humanos alcançaram uma utopia que durou por milênios. Porém alguns homens não se satisfaziam com tudo o que tinham, desejavam um poder muito além algo que poderia torna-los divindades entre os homens, ele desejavam o poder detido pelo Manafluid!
 ManaFluid não era um ser corporal como os homens ou os animais, era um ser etéreo feito de pura energia, conhecida também como mana,  ligado por uma mente coletiva que corria interligado por todos os seres vivos, permutando dês do menor inseto até o maior mamífero. Mas através de meios esquecidos os lideres de uma já extinta civilização conseguiram quebrar o vinculo que eles tinham com o Manafluid, sendo a partir de então capazes eles mesmo de gerarem sua própria mana, além de manipulá-la para quebrar as leis da física ou até mesmo da realidade. Em seguida declaram guerra a todos os outros povos, dominando-os com seus novos poderes e então ousaram tentar matar o próprio Deus quebrando os laços dele com todos os seres. Manafluid revidou claro. Em uma lufada trancou a mana que os humanos faziam dentro deles mesmo, selando para sempre seus magníficos poderes ao mesmo tempo em que usando sua energia pura transformou os animais ao qual ainda tinha vínculo em terríveis feras! Anos regados a sangue e matança se seguiram, todo o conhecimento, tecnologia e cultura dos povos daquela época foi destruído em quanto alguns poucos conseguiram fugir das Fera-da-mana.
 Com seus corações preenchidos por angustia e tristeza os sobreviventes da civilização que havia desencadeado toda aquela desgraça se uniram nas ruinas de sua antiga capital, onde o ritual para cortar o vinculo com Manafluid havia sido feito. Usando suas próprias vidas como sacrifícios eles deram a 10 crianças o poder de voltar a manipular a energia primaria, a mana pura! Essas crianças cresceram e lideraram os povos em uma ultima batalha contra seus algozes, as Fera-da-mana, derrotando os seres abisais e expulsando os sobreviventes para as entranhas das florestas e oceanos. A partir deste dia os 10 heróis ficaram conhecidos como os quezzers, que na língua antiga queria dizer guias, iniciais e conduziram os sobreviventes a uma nova era de paz... Que durou muito pouco.
 Os filhos dos heróis eram dotados de sua capacidade de manipular a mana, mas não detinham nem sua eterna juventude como também não podiam gerar sua própria mana. Tendo enormes poderes dormentes que só poderiam ser utilizá-los ao roubar a mana de outras fontes, no geral os humanos que acabavam mortos no processo. Muito se discute o motivo pelo qual os Quezzers não interferiram quando sua prole começou a assassinar as pessoas que eles haviam jurado salvar, alguns dizem que eles enlouqueceram com o poder, outros que eles amavam tantos seus filhos demoníacos que se cegaram para o mau que estavam causando.
 Um quezzer porém, de nome Kiter, o mais poderoso dentre os 10 se ergueu contra essa injustiça causada por seus filhos e junto com seu irmão Astrord desafiou os outros 8. Ambos, unidos de seus filhos que compartilhavam de suas ideias bondosas e humanas decididas a erradicar o mal confrontaram, derrotaram e mataram todos os opositores a fim de lançar ao mundo uma nova era de harmonia entre quezzers e humanos. Mas nada é perfeito, e concluindo seu plano Astrord matou de forma cruel e vil seu irmão, Kiter. Com todos os outros Quezzer iniciais mortos, Astrord se consagrou o Imperador Sagrado, e elegeu 12 de seus filhos como nobres. Estes 12 e seus filho e netos seriam então, para sempre, seus seguidores e conhecidos como as 12 famílias nobres. Atualmente aqueles que carregam o sangue dos filhos dos quezzers iniciais, além de suas incríveis habilidades, são chamados também de Quezzer.
 O que é mito e o que é verdade se perdeu no tempo, mas é certo que o Imperador Sagrado e as 12 famílias nobres dominam as Facções e todo o mundo nas sombras.

Myamoto estava deitado no quarto de hospedes disposto a ele por Edgar quando nota um alvoroço na mansão. Indo até a janela abre as cortinas em quanto encara a escuridão do céu noturno sendo quebrada pelo nascer do sol.
- Pelo horário eles já devem ter sido esmagados por Argelux... Ótimo, quer dizer que tenho algumas horas antes dele chegar aqui. Melhor me preparar.
Ele fechava a cortina e ia ao banheiro, após se despir tomava um longo banho em quanto recitava uma antiga oração ensinada por seu mestre. Após isso se enxuga, coloca um longo kimono branco com detalhes em azul e prende seus cabelos com uma longa fita vermelha. Pega então sua catana de aço negro, uma espada de qualidade inegável cujo fio podia cortar até mesmo ferro fundido sem muito problema, arma terrível dada a ele após ter se tornado membro da elite protetora da guarda nobre, a ultima lembrança de seu passado feliz. Sentava-se então na cama, sabendo que até o inicio da noite seu inimigo viria até ele.

 “Terei em breve minha vingança.”

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